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Semanas Festivas

 

Elas acontecem, normalmente, no mês de Agosto. Quase uma semana duraram as Festas do Espírito Santo, que todos os picoenses celebram numa envolvência entre famílias e amigos, que não tem paralelo em outras bandas. Verdade que, em todas as ilhas, o Divino Espírito Santo é festejado numa tradição simpática e que tem origem nos remotos tempos do povoamento.

(Muito se há escrito sobre as festas do Espírito Santo, até Congressos se têm realizado, livros vários se hão publicado, mas a descrição da autêntica devoção ao Espírito Santo, nos seus aspectos teológicos e religiosos, ainda não se fez e bom seria que o fosse, para se evitarem os escritos por vezes contendo dislates, que vêm à luz do dia. Mas não é aqui que o assunto vai ser tratado por agora…)
Outras festas, as chamadas “Festas do Verão” estão a chegar. Essas, porém, embora tendo como elemento base o padroeiro da localidade, são mais de carácter social para não dizer profano, como inicialmente eram tratadas. Não vou por esse caminho, pois as nossas festas picoenses decorrem com ordem e brilhantismo, com manifestações de certo relevo artístico e são motivo de atracção turística e de encontros convivêncionais, que, só por isso, representam em parte o simpático motivo da sua realização.

Estamos a findar o mês de Junho, para o continente o mês dos Santos populares: Santo António , São João e São Pedro. Elas chegam a algumas ilhas dos Açores, como é o caso do Faial, com o São João da Caldeira, para a Terceira, com as Sanjoaninas, para São Miguel, com as marchas de São João de Vila Franca.

Nós por cá, embora fossem tradição as fogueiras e as merendas de São João, festejamos singelamente Santo António (a respectiva irmandade conta perto de um século) e, no fim do mês, o Príncipe dos Apóstolos, São Pedro. É como que o terminar das festas do Espírito Santo e o início das chamadas festas de verão. Venera-se assim, numa a tradição de séculos, a festa do Patrono da Ilha.

Na realidade, São Pedro, nome do primeiro Pároco da Ilha, Frei Pedro Gigante, é o titular do primeiro templo da Ilha. “...catedral ingénua, tendo por abóbada palhas puríssimas, talvez do trigo que deu a primeira hóstia nela consagrada, foi o refúgio das suas almas doridas pela saudade, angustiadas pela incerteza dum futuro desconhecido.”

E continua o historiador lajense, General Lacerda Machado, com palavras de ternura e encanto, na sua História do Concelho das Lages: “Nessa humildade bíblica se celebravam os ofícios divinos; sobre o pavimento de terra, coberto de plantas aromáticas, frei Diogo Gigante abençoava as uniões de amor, igualando na mesma simplicidade tocante os grandes e os humildes; e, num dia memorável que as gerações esqueceram, aí celebrou solenemente o baptismo do primeiro filho da nova pátria.”

Que melhor dizer? A ermida está ali, convenientemente restaurada na sua traça primitiva, uma jóia magnifica que enriquece o património picoense e a história singela da “Ilha Maior no sonho e na desgraça...” como a exaltou Almeida Firmino.

No dia 29, dia de São Pedro, a Vila das Lajes realiza o seu “Império”. Festeja o seu patrono e evoca, desde 1940, uma tradição adormecida.

Há setenta anos que o Império de São Pedro se vem realizando. Foi no ano do Bicentenário da Independência e Restauração de Portugal que a comissão concelhia das centenárias comemorações resolveu restaurar o Império, com a distribuição de rosquilhas. E ficou, felizmente.

Nesse mesmo ano foi construído e inaugurado no 1º de Dezembro o Cruzeiro que assinala o faustoso acontecimento. Trata-se de um monumento com projecto de Armando Garcia que, ao tempo, fazia parte como desenhador da Secção da Junta Autónoma de Estradas que fiscalizava a construção da estrada Lajes - Piedade, e executada pelo Mestre pedreiro Manuel Macedo Bettencourt e sua Companhia.

Foi pena que, aqui há anos, poucos, se lembrassem de retirar a placa em mármore que, no soco do monumento indicava as comemorações e a data da inauguração. Seria porque tinha uma fenda? Mas ela já assim fora colocada. Fica aqui o apelo para que a façam voltar ao seu lugar.

Sem a placa o Cruzeiro pouco diz aos que por ali transitam. E vale a pena recordar o acontecimento, que histórico é!

Estamos chegados à Festa e ao Império de São Pedro. É o dia do Feriado Municipal, que tem um significado especial pelo que representa na História da Ilha do Pico, que não somente no concelho ou vila das Lajes. Saibamos viver esse dia e honrar condignamente o Padroeiro e honrando a memória daqueles que os primeiros foram a pisar as pedras negras da ilha, sem esquecer o seu primeiro pároco, Frei Pedro Gigante.

E porque não dar ao largo de São Pedro, o nome do primeiro Pároco, reservando-se o do Apóstolo apenas para o arruamento interior?

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